Eu tenho pensado ultimamente. Eu sinto falta daqui, das letras contra o papel, com linhas perfeitamente traçadas se transformando em teclas, e finalmente, encontrando seu lugar. 

Eu sinto falta de escrever. De escrever sobre a vida, sobre meus pensamentos, eu tenho notado minha mente implorando por ajuda. Por um rumo.



  Me sinto sozinha as vezes, somente eu e minhas milhares de ideias confusas, que lutam entre si. 

O que fazer quando suas ideias são como pássaros, que rodeiam sua mente em um tormento incessante até que você coloque-os para fora. e no momento em que finalmente se libertam se tornam algo vago e sem direção? 

Por que tudo isso parece uma incrível brincadeira com meu interior? Eu sei que preciso escrever, sei que sinto falta de minha caneta rabiscando algo contra um pedaço de papel, mas o que escrever? O que rasurar contra a folha quando sua mente se sente confusa e incapaz de gerar uma palavra que se encaixa, como uma melodia, a outra?

Escrever, algo tão simples a olhos simplórios, mas tão complicado a quem escreve.

 A responsabilidade de agradar, de gerar algo apreciável, a pressão sobre você mesmo, tornando a tarefa agradável em algo incomodo. 

Tempo talvez seja o que minha mente suplica. Tempo para organizar os conceitos, tempo para alcançar a compressão de tudo que se sente perdido, se recuperar da ausência de um caminho traçado. 

Sinto minha caneta suspirar, ao saber que a partir de agora, sua tinta permanecerá intacta, sem rolar entre dedos formando linhas, sem encontrar o papel. O que resta de uma caneta se não houver uma mão para segurá-la?

Deixar as folhas em branco. É uma dor que precisa ser sentida. Um processo como o de transformação de lagarta a borboleta. 

Não é como um adeus, é como uma promessa. 

É um voto de confiança que necessito. 

As folhas e a caneta ainda estão aqui, elas são a prova de que tudo isso voltará. 

Em breve.

Guardei a caneta, mas não dobrei o papel.